Exibido em 28.10.2010 na ABC
Você já viu isso. Séries de tv se inspiram (bem livremente) em produtos da concorrente para competir, lembram de A Feiticeira e Jennie é um Gênio? Não é o caso de No Ordinary Family, a base é obviamente o longa de animação Os Incríveis, que nesse ponto, sejamos honestos, não era original, pois era inspiração do comic Quarteto Fantástico.
De qualquer forma, o importante é contar algo que tenha uma personalidade própria, mesmo que as semelhanças abundem. Logo, essa criação de Greg Berlanti e Joh Harmon Feldman sobre uma família que adquire super poderes se destaca justamente pelos personagens e a trama em si; que sim, é diferente de suas fontes.
Como as comparações são inevitáveis numa resenha, vamos a elas. A família mantém o número de integrantes em torno de quatro; e muito parecido com o desenho ao ser pai, mãe e mais um casal de filhos, diferindo que são adolescentes. O pai também é o fortão, aqui interpretado por Michael Chiklis, e opa, que era o Coisa do filme live-action do comic. Santa coincidência, Batman. Continuando: a mãe é a velocista da vez, enquanto que a filha fica com o poder de telepatia. E o filho? De início estava sem poderes, ou, se preferir, o equivalente ao Zezé da animação, que se manifesta depois de todos, e bom, é algo sem muita definição por enquanto. Uma mente brilhante, talvez?
A grande diferenciação é que está é a família mais desarmoniza de todas as três. E por causa de uma tentativa de união, feita pelo pai, é que eles fazem uma viagem ao Brasil e sofrem uma mutação. A partir daí o episódio se desenvolve na descoberta de cada um sobre o seu novo corpo. É onde poder e necessidade humana se unem na família Powell. Donde temos Jim trabalhando para a polícia mas sendo apenas um retratista dos suspeitos, ou seja, não tem força para combater nada; ou a Stephanie com um emprego superior ao marido e sem tempo para cuidar da família; ou Daphne que não entende o que passa pela cabeça de seu namoradinho; e finalmente, J. J., que é taxado de burro pela própria família.
Um destaque da série são os personagens de apoio. Tanto Stephanie como Jim tem amigos, com os quais dividem o segredo. E é esse casal de amigos que enfatiza o lado cômico da série. Na verdade, há um bom equilíbrio nesse episódio entre o drama familiar e as trapalhadas de se descobrirem poderosos.
Completam o elenco os tradicionais vilões. Aqui eles surgem no terço final do episódio e dão a entender que estão a par de como aquelas plantas brasileiras fornecem poderes, ou ao menos, já os possuem há um bom tempo. Aliás, um deles tem um poder semelhante ao mutante Noturno, do filme X-Men 2. Talvez esses inimigos sejam constantes em No Ordinary Family, deixando o programa longe do formato de surgir um novo vilão a cada nova semana. E isso tanto pode limitar as histórias como pode diferenciar mais ainda dos produtos inspirados. A conferir.
Em resumo, essa estréia diverte sem muito esforço. De fato, é uma série que não parece ser pretensiosa, sendo uma proposta leve e que irá conquistar o público sem forçar a barra. Em termos de efeitos especiais também não deixam a desejar e é aceitável para o padrão televisivo. Agora, No Ordinary Family é tudo o que Heroes não conseguiu ser nessa espinhosa temática super poderosa.
Nota desse episódio: ****
Expectativa para o próximo episódio: ****
Roteiro: Jon Harmon Feldman & Greg Berlanti
Direção: David Semel
Audiência: 10,54 milhões